Pesquisa qualitativa (Focus group)
Programa: Desconstruindo amélias
Emissora: Cantareira
Data: 04.01.2024 (20H00)
Qtde. Participantes: 5
PERFIL DEMOGRÁFICO DO GRUPO
- A reunião foi realizada virtualmente na noite do dia 04.01.24 (20H00).
- O grupo estava composto por cinco (5) pessoas – 1 homem e 4 mulheres.
- As idades dos participantes estavam entre 26 e 60 anos.
EPISÓDIOS OUVIDOS E DEVICE UTILIZADO
- A maioria dos participantes escutou todos os episódios do programa.
- A exceção foi uma das particiopantes que ouviu apenas dois episodios.
- O episódio mais mencionado foi ao ar em 14.02 e abordou a violência contra as mulheres.
VERBATIM
- Ouvi todos os programas e o que mais gostei foi o do dia 14.02 sobre as mulheres que sofrem violência.
- Ouvi na Rádio Cantareira pelo celular, depois que foram transmitidos.
- Eu fui escutando depois, no dia que dava eu ia escutando.
- Eram temas relevantes, atuais, mas o que mais me chamou atenção foi o dia 14 da violência contra a mulher.
- Eu escutei 2 pela Internet através do link da Associação Cantareira e o que mais me chamou a atenção foi o papel da educação na DESCONSTRUÇÃO DAS AMÉLIAS tanto é que eu já trabalhei esse tema em sala de aula e é um tema muito atual, muito importante no nosso dia a dia.
- Eu escutei 8 programas, pelo rádio e depois eu escutei online. Escutei pelo rádio normal mas depois para dar uma relembrada escutei (OBS.: novamente) on line.
AVALIAÇÃO – DO QUE GOSTOU
- Os pontos do programa que os participantes mais gostaram foram:
– Ter dado alerta sobre violência contra as mulheres.
– Contribuir para que as mulheres entendam que não são apenas elas as vítimas da violência (crianças/filhos também são).
– A entrevista com uma mulher com projeto de futebol que deixaria clara a questão de ser mulher.
– Entrevista com Tati Goes sobre defensoria pública.
VERBATIM
- Ah, eu gostei porque os programas fazem um alerta daquilo que a sociedade mais precisa, de uma ajuda, ele vem esclarecer pontos que muita gente não conhece. Por exemplo, no programa de violência contra a mulher. Muita gente não tem clareza que quando se comete a violência contra a mulher se está cometendo a violência contra a criança também porque a criança está presente, ela está sendo violentada também. Essas coisas ninguém fala. A sociedade só fala da violência contra a mulher. E essas crianças que estão no seio da família?
- O programa colaborou para que essas mulheres entendam que não são só elas que estão sendo vítimas de violência e que seus filhos também estão sendo vítimas de violência e para que elas tenham um fôlego maior para que elas saiam dessa situação de violência porque as mulheres não conseguem enxergar que essa violência está atingindo os seus filhos, mas à partir do momento em que enxergam que a violência está atingindo os filhos dela também elas podem tomar outro caminho, sabe? Nenhuma mãe quer que nada de ruim atinja os seus filhos.
- Eu acho que foi mesmo o debate a oportunidade de falar sobre porque as rádios que a gente ouve tratam do assunto muito rápido, falam muito pouco. No caso da violência contra a mulher falam de números, não mostram a história a pessoa, então quando vc tem um programa longo que é o tempo que passa o programa é nisso que eu gosto da radio Cantareira, a oportunidade de debater o assunto, trazer as informações mais completas. Não mostrar números, exemplos. O que eu gostei foi do debate para conhecer mais o assunto.
- A reflexão que eles deixam para nós, as soluções, que podem existir soluções, que existem caminhos que podem ser percorridos. Esse direcionamento que essas entrevistas passam para as pessoas deixando bem claro que ninguém é obrigado a nada, a parte do acolhimento da vítima, principalmente a vítima mulher, o acolhimento da radio para essas pessoas, para as vitimas.
- O que eu mais gostei foi a radio permitir que a mulher tenha uma voz tanto na área de esporte como na área de educação e que não tem ninguém podando a mulher no que ela tem que falar ela abre o coração, fala de tudo. Eu gostei do programa ser apresentado por mulheres e de todos os episódios são feitos com mulheres dando entrevistas.
- Não me lembro o nome da entrevistada, mas ela tem um projeto de futebol então ela fala…se não me engano é Manchester Brasilândia o nome do time, então ela fala da dificuldade que tem em ser uma técnica, não só o respeito das pessoas que ela não tem pelo fato de ser mulher, mas no geral. Ela dá essa visão deixa bem claro. Não só ela como todas as entrevistadas deixam claro a dificuldade de ser mulher, e do papel que a gente tem na sociedade.
- As entrevistas que eu mais gostei foram a da TATI GOES que eu gostei bastante e gostei também da entrevista com o tema de defensoria pública.
FORMATO DO PROGRAMA
- Os participantes gostaram do formato do programa:
– O fato de serem entrevistas, i.E., Perguntas e respostas torna mais claro / direto para o ouvinte.
– Ritmo permitiu a compreensão (não foi demasiado rápido)
– Pessoas serem diretas nas respostas (“não ficam enrolando”).
– Formato permite fazer outras coisas (atividades domésticas) enquanto ouve o programa.
VERBATIM
- Achei bem construtivo porque esclarece mais, porque é uma pergunta e resposta. Quando é uma pergunta e resposta a resposta fica mais claro para a gente. A radio Cantareira foi muito feliz nesse modelo de programa, eu achei assim muito bom.
- O ritmo eu achei bom. Dá para compreender bem, não foi rápido não. Foi bom.
- Achei interessante porque é pergunta e resposta e você consegue pegar a pessoa certa sobre aquele tema para fazer a entrevista. Fica esclarecedor para nós que estamos ouvindo e que queremos entender mais sobre o assunto.
- O ritmo eu achei bacana, consegui compreender.
- Eu gostei porque as pessoas são bem diretas na resposta. As entrevistadoras perguntam e as pessoas vão direto nas respostas, não ficam enrolando e o jeito como elas perguntam é bem direto, então todo mundo consegue entender tanto o que está sendo perguntado quanto o que está sendo respondido.
- Eu gostei porque geralmente quando eu escuto eu estou em casa e geralmente fazendo outra coisa e eu consegui entender. Eu gosto muito de ouvir quando eu estou na cozinha então, independente do que eu estivesse fazendo, eu conseguia entender.
O QUE MAIS IMPRESSIONOU
-
Alguns aspectos impressionaram os participantes do grupo. Foram eles:
– A clareza das perguntas e das respostas dos entrevistados.
– A propria escolha dos entrevistados.
– Os temas abordados.
– Gostaram de conhecer as histórias.
VERBATIM
- A maneira como os temas foram abordados, a clareza das perguntas e das respostas dos convidados. Não ficou aquela coisa chata, cansativa, eu mesmo que trabalho de manhã, a tarde e a noite quanto mais simples melhor então ficou uma coisa gostosa de se ouvir de se acompanhar.
- Eu gostei dos temas escolhidos para serem abordados, gostei também da escolha dos entrevistados, achei uma dinâmica bem legal.
- Foram os temas porque os temas são atuais, são temas que nos afligem que está aí na mídia pegando. Todos os dias a gente ouve falar sobre a violência contra a mulher, sobre a exclusão da mulher, a mulher no esporte. A gente está vendo isso todos os dias e a Rádio Cantareira foi feliz em abordar esses temas. Os temas abordados foi o que mais me chamou a atenção.
- Todos os conteúdos, os convidados e a coragem da rádio de abraçar essas causas que são que tem um certo preconceito da mulher no esporte que foi um dos temas.
- Acho que os convidados e os temas. Além de pontuar sobre a violência contra a mulher eles abrem outros leques. Gostei do que tem a TATI e a JUSSARA porque eu sou uma mulher preta, periférica, e aqui na comunidade é muito difícil vc ter acesso a entrar no meio da comunicação, então as duas falam disso. Como a gente pode correr atras hoje em dia.
- Foi conhecer todas essas histórias e foi o jeito mesmo o que mais impressionou. Tudo me interessou, os temas, o jeito.
O QUE “DESCOBRIU” OUVINDO AO PROGRAMA
- Os participantes descobriram algumas coisas ouvindo ao programa:
– Existência do teatro na laje.
– Importância do trabalho mental para quem atua na área educacional / de “ajuda” .
– Audiovisual na periferia.
VERBATIM
- Eu gostei muito dessa parte de como a gente consegue se inserir no meio da comunicação porque a gente olhando assim através da Internet, quando elas falam sobre os tipos de comunicação na periferia. Eu descobri que eu posso ir atras. A JUSSARA mesmo citou que ela começou na igreja que é uma coisa
- Que eu não sabia que eu posso entrar na minha comunidade, dentro da igreja e falar e outra coisa que elas citam é o audiovisual na comunidade, a rádio Cantareira eu nunca tinha ouvido uma rádio comunitária eu ouvia falar muito da radio Heliopolis e quando eu conheci a rádio Cantareira eu comecei eu achei muito interessante isso que a TATI falou de se inserir na comunidade através do audiovisual.
- Assim como ela falou descobri um pouco mais do audiovisual na periferia, teatro da laje eu fiquei sabendo disso através da entrevista da TATI na rádio Cantareira eu não sabia que existiam esses projetos.
- Eu descobri também esse negócio de teatro na laje também me chamou a atenção porque quando a gente faz trabalho social, com violência doméstica eu não tinha me atinado que a gente precisa fazer um trabalho mental com a gente porque a gente vê muitas mazelas e essas mazelas podem ficar internalizadas na gente. A gente precisa fazer um trabalho para que a gente não sofra, eu andei fazendo esse tipo de trabalho e eu fiquei afetada também e no podcast fala isso que a gente precisa cuidar das pessoas que estão na linha de frente porque elas sofrem. A gente precisa de um cuidado especial com a cabeça porque a gente vê muita coisa e a gente sofre
- A mesma coisa. Ano passado como educadoras do MUVA nós fizemos um trabalho sobre a violência contra a mulher a aí chegaram alguns relatos de algumas das nossas educandas para nós e eu também não estava preparada psicologicamente para o que eu ouvi e eu fiquei muito mal por dois dias, sem conseguir dormir, não conseguia comer e comecei a procurar soluções, o que eu poderia fazer para ajudar aquela pessoa e sem atentar que eu também precisava de uma preparação, de um acolhimento para poder lidar com aquilo. Eu fiquei achando que tinha que arrumar uma solução para aquela educanda naquele momento e não estava nas minhas mãos, foi por isso que me afetou tanto.
- Depois com conversas com psicólogos e com outras pessoas eu atentei que não podia resolver o problema de todo mundo. A entrevista deixou bem claro que nós precisamos disso, desse acompanhamento, que não é só cuidar, mas ser cuidado também.
AVALIAÇÃO – O QUE PODERIA MELHORAR
- A maioria dos participantes não viu nenhum ponto negativo
Algumas oportunidades de melhoria foram apontadas, quais sejam:
– Ter uma conexão ao vivo para o ouvinte fazer perguntas (não houve a percepção de que o formato do programa – gravado – não permitiria).
– Aumentar o tempo / duração de cada episódio .
– Ter mais episódios com temas correlatos.
VERBATIM
- Sinceramente eu gostei muito dos dois que eu ouvi e não vi nenhum ponto negativo.
- Acredito que poderia abrir uma caixa de mensagens para as pessoas poderem enviar os temas para os próximos, seria interessante a população ter essa voz.
- De negativo nada, acredito que seja mais abrir uma caixinha de perguntas para rolar, ter aquela conexão ao vivo do ouvinte durante a entrevista.
- O tempo, acho que aumentar um pouco o tempo. Os temas são muito interessantes então quando está naquele auge acaba o programa.
- Acho que aumentar a quantidade de episódios com mais temas e que nós pudéssemos sugerir os temas e aumentar também o tempo dos programas (OBS.: episódios).
- Eu não consigo achar nada que eu não tenha gostado.
- Como os temas são muito interessantes acho que poderiam ser um pouquinho mais longos. O tema é muito interessante então quando você está empolgado escutando acabou o programa.
- Eu gostei bastante, só achei o tempo do podcast muito curto. De cada episódio.
PROGRAMAS SEMELHANTES
- Dois programas considerados semelhantes foram mencionados pelos participantes do grupo:
– Podvenus no YouTube.
– Lilithcast.
VERBATIM
- Escutei PODVENUS no YOUTUBE. Assuntos diversos, entrevistam sobre vários temas.
- Não costumo escutar esse tipo de programas de rádio. Outras rádios são programas com músicas e não tem esse tipo de debate.
- No período da pandemia eu assistia muito podcast, nós tínhamos que participar de algumas coisas pela nossa profissão (educadora) mas eu acompanho somente da rádio Cantareira mesmo.
- Os outros eu não tive interesse, não teve temas que eu tive interesse. Eu assistia porque eu tinha que assistir, eu não gostava.
- Eu também assisti aqueles forçados durante a pandemia porque fazia parte do trabalho. Não lembro o nome de nenhum.
- Ouço muito podcast e uma ex-professora minha da faculdade tem um programa no YOUTUBE chamado LILITHCAST que ela entrevista mulheres e que é muito voltado para o universo feminino também, que ela aborda vários temas.
SUGESTÕES DE TEMAS (NOVOS PROGRAMAS)
- Alguns temas para novos programas foram sugeriros:
– Programas sobre comunicação para ajudar as pessoas
– Sobre valores
– Saúde da mulher
– Violência contra os jovens
– Violência e autoestima das mulheres na periferia
VERBATIM
- Eu gostei muito dessa área da comunicação, eu pegaria mais temas dessa área porque é um meio de escape da mulher, para tirar a gente dessa zona de conforto de ficar só em casa, para explorar outros mundos. É legal essa coisa da comunicação para ajudar outras pessoas também.
- Eu acho que poderia ser como iniciar nesse ambiente de comunicação. Eu me formei em comunicação e a gente pensa muito nas coisas atuais
- Acho que seria bem interessante mostrar como a mulher pode se reinventar em outros meios e crescer também, acho que seria bem legal.
- A saúde da mulher seria bem legal um tema assim.
- Acho que seria importante falar mais da violência contra a mulher, contra os jovens também. Aprofundar mais.
- Valores, os meus valores, os seus valores. Nós precisamos dessa conscientização na educação, tanto dos alunos como dos pais dos alunos. A noite eu trabalho na alfabetização de jovens e adultos e a gente tem que mostrar para eles que eles têm valor, que têm uma importância no mundo e muitas mulheres acham que não têm valor nenhum.
- Aos pequenos que eu trabalho de manhã resgatar o respeito, antigamente os professores eram respeitados são resgates que são necessários para dar continuidade. Não se tem mais valores, não se tem mais respeito.
- Relacionamento na faixa etária de crianças e jovens, de descriminação. Acho que tem que falar sobre isso, alertar os jovens e os pais sobre isso.
- Violência na periferia e autoestima porque as mulheres na periferia sofrem muito com a autoestima baixa, elas sofrem muita violência também porque a autoestima delas é baixa.